MMichalski Music News

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ode à Mediocridade


Hoje eu tive uma vontade enorme de escrever um texto que não iria falar nem de música, nem de tecnologia, nem mesmo de arte ou engenharia, nem de baixos e guitarras ou mesmo de acústica e vibrações.

Um texto que seria interpretado como um desabafo, por alguns. Ou uma reclamação, por outros. Uma seção “Guevara”, talvez...

Um texto sobre a ode à mediocridade que vivemos nos dias de hoje.

Um texto que mostraria como toda a mediocridade que vivemos, criamos, idolatramos e perpetuamos, afeta a nossa música, nossa tecnologia, nossa arte, nossa engenharia, e até mesmo nossos baixos e guitarras. 

Pensei em falar sobre a falta de limites das pessoas. Pensei em uma frase que escutei de um grande professor: “a ignorância é uma benção, pois quanto mais aprendemos mais vemos como não sabemos”; e com isso pensei: estamos vivendo o momento mais abençoado da história...

Pensei em como as pessoas perderam a noção do que é viver em sociedade, do que é privacidade, responsabilidade, liberdade.

Pensei em como “anarquia” virou “bagunça”, “liberdade” passou a significar “não ter nenhum limite”, o geral ficou pessoal e tudo se tornou binário. E aquilo que não se encaixa entre os dois polos impostos, fica distorcido.

Considerei também como algumas pessoas que de fato possuem uma visão critica sobre o mundo são importantes, embora muitas vezes totalmente mal interpretadas. Vlogers, blogers, escritores, músicos, pessoas comuns, mas com algo de concreto a dizer, mas que são criticadas por suas críticas.

Termos como “politicamente correto”, “bulling”, “trollar”, entre outros que estão na moda passaram pela minha cabeça. Iria escrever sobre cada um deles...

Pensei em como todas as facilidades que a tecnologia trouxe não são usadas como desculpas para estagnarmos nosso desenvolvimento humano.

O despreparo, a falta de horizontes, a total e completa ausência de valores... Sim, porque se antes eu pensava que a maioria das pessoas passara a ter valores deturpados, hoje tenho certeza que elas simplesmente não sabem sequer o que é ter algum valor pessoal. E não se preocupam e nem querem saber nada sobre isso.

Lembrei-me da metáfora dos três chimpanzés em uma jaula e como nós nos comportamos como eles. Lembrei-me de conversas que tive com amigos e como as expectativas de cada um sobre si mesmo se torna turva com o tempo. E como projetamos isso naqueles com quem mais convivemos.

Ocorreu-me até a famosa frase do tio Ben para Peter Parker...

Devo confessar que pensei em muita coisa.

Um texto bombástico.

Mas desisti...

Cansei antes de começar. 

Fui um exemplo perfeito de como toda essa mediocridade nos afeta?

Talvez... 

Faltou coragem?

Quem sabe...

Uma seção “Improvável” e uma nova banda fizeram com que eu mudasse de ideia?

Não...

Acho que me dei conta que iria escrever para o nada. Quem quer uma critica sobre si mesmo nos dias de hoje? Quem quer ler nos dias de hoje? Quem sabe ler (e interpretar!) o que está escrito de maneira adequada?

Deixei para lá, por enquanto.

Em um futuro próximo, quem sabe?

Abraços,

Miguel Michalski.

PS: para deixar tudo bem explicado...

ode
o.de
sf (gr ode) 1 Composição poética do gênero lírico em que se exaltam atributos de homens ilustres, o amor e outros sentimentos. 2 Primitivamente, composição poética para ser cantada. O. anacreôntica (de Anacreonte, poeta grego): a que canta decente e graciosamente o amor, os prazeres e o vinho. O. epódica: a que se ocupa de matéria filosófico-moral. O. heróica: aquela cujo assunto e estilo são nobres e elevados. O. pindárica (de Píndaro, poeta grego): a que exalta as façanhas dos heróis; suas estâncias se denominam estrofes, antístrofes e epodos O. regular: o mesmo que ode pindárica. O. sáfica (da poetisa grega Safo): aquela cujas estrofes são de três decassílabos e um pentassílabo. O. sinfônica: poema musical descritivo, entremeado de sinfonias, estrofes, recitativos, coros, sem forma ou cena lírica, e em que a orquestra desempenha importante papel.

mediocridade
me.di.o.cri.da.de
sf (lat mediocritate) 1 Estado ou qualidade de medíocre. 2 Poucos haveres, mas suficientes; mediania. 3 Falta de mérito, vulgaridade. 4 Pessoa ou coisa medíocre.