MMichalski Music News

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Os equipamentos que eu uso: Meus pedais


Eis que depois de algum tempo e um post no meio do caminho e do carnaval, retornamos ao assunto do meu set. E, neste post, falarei dos pedais (e da pedaleira) que eu uso.

Para não criar um post tão extenso que ninguém terá paciência de ler por inteiro, não vou falar sobre a ordem que uso nos efeitos (pelo menos não agora). Até porque, esta ordem ainda não é fixa e a cada dia posso experimentar algo novo.

Também não vou falar sobre o efeito dos efeitos (redundante, não?) no som do baixo. Prefiro fazer isso de maneira individual, com uma visão um pouco mais científica. Vocês entenderão quando eu publicar o texto (ou textos - ainda não sei).

Então, sobre o que vou escrever? Basicamente, sobre o é cada efeito e porque ele está no meu set. Afinal, estes post ainda são sobre os equipamentos que eu uso.
Para facilitar a abordagem separei os meus efeitos em quatro grupos. Ao todo, utilizo atualmente 1 pedaleira e 11 pedais de efeito. Ainda irei incluir neste texto a fonte regulada que utilizo para alimentar todo esse set.

 O primeiro grupo é o grupo Eletro-Harmonix.


Fazem parte deste grupo quatro pedais:


A Eletro-Harmonix, ou EHX, é um fabricante de pedais (entre outros equipamentos de áudio), fundada em 1968 nos Estados Unidos. Ela possui alguns pedais muito famosos e desejados, como o Big Muff e o POG. Seus principais fãs são os guitarristas, mas como já possui toda uma série de pedais dedicados ao contrabaixo, hoje também possui seus seguidores uma oitava abaixo.

E, particularmente entre os baixistas, o pedal da EHX que ficou mais famoso foi o Big Muff Russo. 

A EHX se embrenhou pelos lados da Europa e aportou justamente na Rússia, quando o dono e fundador da EHX, Mike Matthews, comprou a Sovtek, uma empresa russa que nos dias de hoje somente fabrica válvulas, mas que já foi responsável pela fabricação de desejados amplificadores para guitarra.

Apesar de ser totalmente transistorizado, o projeto do Big Muff americana foi parar na Sovtek e acabou sendo fabricado também na terra da Vodka. E os camaradas acabaram fazendo um produto com um pouco menos de sustain e um pouco mais suave do que o irmão americano, considerado melhor por muitos instrumentistas. 

Aliado à boa resposta em baixas frequências que o Big Muff já possuía, o irmão russo se tornou uma peça de desejo entre baixistas que curtem uma distorção, e mesmo nos dias de hoje, depois que sua fabricação foi descontinuada, ainda é muito procurado.

Infelizmente nunca pude tocar usando um desses...

Mas tenho um Bass Pig Muff Pi (1)! Este pedal foi projetado justamente para atender ao ímpeto pelo fuzz que o pessoal das quatro cordas buscava, uma vez que une as características originais do Big Muff Pi com um projeto especialmente dedicado a não permitir a perda de frequências graves. Sim, pois este é o maior problema quando se usa uma distorção no contrabaixo: a perda de frequências mais graves.

Comprei este pedal justamente porque posso me considerar um aficionado por distorções em baixas frequências e, na falta de um Big Muff Russo, pensei em me arrumar com essa versão americana dedicada aos baixistas. E posso dizer que funciona muito bem.

O segundo pedal da EHX sobre o qual vou comentar é o Knockout (2). Este pedal não é especificamente projeto para guitarras ou contrabaixos, apesar de ser mais utilizado com o primeiro grupo. Ele consiste em dois filtros analógicos (sim, porque todo pedal da EHX que eu possuo é analógico) dedicados a equalizar o ataque do instrumento. Ele também pode ser utilizado após as distorções para permitir uma melhor equalização.

 O terceiro pedal EHX que listei é um clássico entre os baixistas. O Bassballs (3) possui a combinação de dois filtros dinâmicos tipo envelope que é simplesmente responsável por deixar qualquer linha de funk no baixo com ainda mais funk. No meu caso, tenho um modelo Nano, que simplesmente copia o projeto do Bassballs original utilizando componentes menores e permitindo com isso um pedal mais compacto.

Por último, na lista da EHX, outro clássico: Bass Micro Synthesizer. Na verdade, o clássico é o Micro Synthesizer, um sintetizador para guitarras totalmente analógico. A versão para baixistas ajustou principalmente a resposta do trigger e do filtro para as frequências do contrabaixo. 

Posso dizer que até hoje todos os pedais da EHX que usei ou testei cumprem com o prometido. Claro que, como todo efeito, exigem certa dose de dedicação para se chegar ao som que se deseja. O único senão da EHX e o “click” que o botão que aciona o efeito faz toda vez que se pisa nele... A impressão é de que algo irá se quebrar...

O segundo grupo que apresento é o grupo BOSS.


Estão neste grupo os seguintes pedais:


O BOSS GEB-7 (5) Bass Equalizer é praticamente alto-explicativo: um equalizador analógico para contra baixos. Muito útil para dar aquela acertadinha no som do baixo durante a gig ou servir como um boost para solos. 

Na época que comprei este pedal não tinha a GT-10B, pedaleira da qual falarei mais à frente, mas sim uma GT-6B. A GT-10B já conta com um equalizador gráfico mais completo do que o BOSS GEB-7. A GT-6B não e, devido a isso, senti a necessidade de poder equalizar o som dos meus baixos com mais riqueza utilizando este pedal. Porém, mesmo com o recurso disponível na minha pedaleira, este pedalzinho continua tendo seu valor.

O BOSS LS-2 Line Selector (6) também foi adquirido na época da GT-6B. Como o nome diz, ele é um seletor de linhas. Ou seja, pode se plugar um instrumento em diferentes saídas, diferentes instrumentos em uma única saída e também se misturar (ou selecionar) diferentes sequências de efeitos pertencentes a diferentes linhas.

Basicamente a minha ao adquirir este pedal era poder utilizar a GT-6B e os pedais simultaneamente, variando a posição da pedaleira na sequência, ou seja, colocando a pedaleira antes ou depois dos pedais.

Além da ideia não dar muito certo, hoje com a GT-10B eu possuo um recurso de “send/return” semelhante aos amplificadores e, com isso, posso colocar a sequência de pedais analógicos “dentro”da pedaleira, com efeitos digitais antes e depois da sequência analógica.

Porém, também continuo utilizando este pedal para alimentar outros pedais, selecionar as distorções ou misturar o som limpo do baixo com o som das distorções com diferentes regulagens de volume.
O BOSS BF-3 Flanger (7) é um flanger clássico, com a vantagem de ter uma entra especial para contrabaixos, mais adequada ao timbre do instrumento. E como eu adoro aquele som que parece um avião dando um rasante, resolvi ter esse pedal separado.

O BOSS MD-2 Mega Distortion (8) é amais recente aquisição BOSS e também a mais interessante entre os pedais. Motivo da compra: encontre muito barato na internet. E mais: novinho! Lacrado na caixa.

Não pensava em colocar este pedal no meu set, mas depois de comprá-lo resolvi testá-lo. E o pior é que ele funciona extremamente bem com contrabaixos. E sem perder o peso dos graves! Justamente porque este pedal foi projetado para guitarristas (mesmo aqueles que curtem uma guitarra de 7 cordas) que buscam distorções mais pesadas, usadas no metal dos dias de hoje. E essa característica combinou perfeitamente com o contrabaixo. Posso dizer que adoro este pedal!

Vale dizer também que sou um grande fã dos pedais BOSS por um motivo muito simples: são extremamente robustos. E cumprem com o prometido, com méritos. Mas a robustez, realmente, é uma qualidade única. Acredito que eu não tenha utilizado nenhuma outra marca de pedais cuja construção transmita tanta solidez. Não é a toa que se encontra na internet diversos pedais da BOSS, com anos de uso, as vezes décadas, totalmente arranhados, com a pintura fosca ou descascada, mas funcionando perfeitamente.

O terceiro grupo de pedais não se refere a uma marca apenas, ou mesmo simplesmente a pedais. Diz respeito a três pedais de três marcas diferentes e uma fonte.


 
 Estão neste grupo:

 
O primeiro pedal deste grupo é um compressor da Seymour Duncan com um recurso chamado “Double Back” que “devolve” parte do que foi “achatado” pelo compressor em bandas de frequência específicas... Sim, temos uma série de esquisitices nessa frase...

Seymour Duncan não é fabricante de captadores? Também...

Compressor não é aquele pedal que pode detonar a dinâmica da música e também encher o so de ruídos? Também...

E o mais estranho neste compressor, o tal recurso que devolve o que foi achatado...

Bom, uma esquisitice só, mas que no fim acaba funcionando como um compressor bem leve. E que não coloca tanto ruído assim no sinal como geralmente acontece com os compressores...

Quando o comprei a minha ideia era exatamente essa. Ter um compressor suave. Mas, sabem de uma coisa? No final às vezes sinto falta daquele “squash” que o compressor dá... E mais. A GT-10B possui um compressor multibandas! Mas, continuo usando o Seymour mesmo assim, só para me ajudar na minha dinâmica.

O Rampage, da Rocktron, é uma distorção de respeito. Daquelas bem sujas, quase estridentes. Se mal usada, causa um belo “ruído de fundo” (quase uma piada interna...). E, mais ainda, foi projetada para guitarras...

Então, porque ela está no meu set?

Na verdade, quando comprei esta distorção comprei para um guitarrista. Comprei quando eu produzia uma das bandas que já passaram pelas minhas mãos com o intuito de ajudar o guitarrista base a ter um set de efeitos interessante. Na verdade foi ele que escolheu essa distorção...

Depois de um tempo a banda acabou, fui produzir outras bandas, o guitarrista parou de tocar e o pedal ficou comigo... Resolvi testar e, quando quero fazer bastante barulho com o baixo, não é que ela cai bem? Claro, sempre exige uma equalização depois, para devolver alguns graves, mas o resultado não é ruim.

O meu Wah Wah, da Morley, é quase um Wah Wah como outro qualquer. Projetado para responder as frequências mais graves do baixo, ele possui dois modos: um tradicional e um mais funk. E, os detalhes que fez toda a diferença na hora da compra: não possui botão separado para ser acionado e possui uma mola! Ou seja, o pedal está lá, sempre de pé, pronto para ser pisado e, automaticamente, acionado.

Pena que eu não sei ainda tirar proveito dele por completo...

Por último, a fonte da VoodooLab. Com a promessa de reduzir o ruído gerado por cadeias muito longas de pedais (como a minha), uma vez que ela possui 8 saídas para alimentar até 8 diferentes pedais, reguladas e com o famoso “ground” individualizado para cada saída. Ou seja, evita os famosos “loops” quando um pedal “conversa” com outro através do “ground” (comum a todos, geralmente) e estraga o sinal todo com sujeira.

De fato ele ajuda bastante, mas principalmente se a instalação elétrica onde a tralha está sendo ligada for boa. Até porque, como ele não é indicado para alimentar equipamentos de potência, como os amplificadores, estes acabam ficando a mercê da rede elétrica mesmo.

Último grupo!

Último item!

A famosa GT-10B (13), de quem já tanto falei aqui.


 
Bom, o uso de pedaleiras é um caso a parte... Há quem adore, há quem odeie... O segundo grupo ainda tem ganhado a briga, apesar do primeiro grupo apelar para o lado prático.

E se você falar que usa uma pedaleira em um contrabaixo então, poderá arrumar alguns inimigos.

Mas, como eu não ligo para essas rixas bestas e sou um investigador, digo que sou o feliz proprietário de uma GT-10B.

Antes de comprar a GT-10B, fui apresentado à GT-10 (para guitarras) e dada a evolução que existia entre a GT-10 e a GT-8, sua antecessora, já imaginava o que seria a GT-10B.

Acredito que em termos de “coletânea” de efeitos não exista nada igual no mercado (pelo menos não para contrabaixos). São 200 patches pré- estabelecidos de fábrica, e que não podem ter alterações gravadas (mudou o patch, perdeu) e mais 200 que podem ser alterados ao bel prazer do usuário. Esses 400 patches são agrupados 4 a 4 em 50 grupos. 

Se imaginarmos que em cada patch pode haver até 8 efeitos combinados, simulação de amplificadores e caixas, um pedal de volume ou wah wah e dois limitadores de ruído, as possibilidades são absurdas.

Além de uma maior quantidade de bancos e uma simulação mais fidedigna, a GT-10B traz como vantagens sobre a sua antecessora, a GT-6B a possibilidade de se utilizar, entre outros recursos, o “send/return” para uma cadeia externa de efeitos e a sua saída USB para se “conversar” através de sinais MIDI com outros pedais ou com o computador. Não apenas isso, mas a GT-10B é reconhecida como uma placa de captura de áudio USB. Ou seja, os programas utilizados para gravação, mixagem e masterização reconhecem a GT-10B como uma placa que pode ser utilizada para se gravar diretamente o som do baixo com todos os efeitos e simulações que se tem direito. Ou seja, um recurso fantástico. 

Graças a este recurso, estou gravando as linhas de baixo do projeto “O Alfaiate” de uma forma muito mais simples e com mais qualidade do que usando uma placa de captura dedicada.

Bom, com isso chega ao fim mais um post. Agora, sobre meus equipamentos, falta apenas um, onde eu irei falar dos amplificadores.

Sei que em muitos aspectos eu poderia ter explorado mais e detalhado mais cada pedal. Mas, como eu disse, ficaria um post enorme (acredito que já esteja enorme... Prometo que aprenderei a escrever de maneira mais resumida... Um dia...).

Caso alguém tenha alguma dúvida ou curiosidade, não se acanhe e escreva aqui embaixo. É para isso que criei este blog. 

Caso alguém também queira contribuir com algum comentário pertinente ou uma experiência pessoal, faça o mesmo.

Abraços e até a próxima,

Miguel Michalski.