MMichalski Music News

terça-feira, 6 de março de 2012

Os equipamentos que eu uso: Meus amplificadores e caixas


Olá a todos, estou de volta.

E finalmente vamos finalizar a sequencia de textos a respeito dos meus equipamentos. Pelo menos no que diz respeito à visão geral que eu estou passando.

Sim, porque pretendo falar novamente dos pedais que utilizo, mas com uma visão mais técnica. Para ser mais exato, com uma visão que de fato justifique o título deste Blog.

Mas, retornando aos meus equipamentos, vou falar um pouco sobre meus amplificadores e caixas, que na verdade são dois “combos” – uma vez que em uma única unidade possuem o amplificador e a caixa.

Como pode ser visto nas fotos dos posts anteriores, tenho dois combos, ambos da Hartke.

Já utilizei combos da Meteoro, Peavey e tive um amplificador da Gallien-Krueger, que infelizmente pegou fogo.

Em termos de acerto de timbre, o Gallien-Krueger 400 RB-IV que pegou fogo foi, sem dúvida, o melhor. Os Peavey que tive a oportunidade de usar também não ficam muito atrás. Fora o fato de serem aparentemente bastante robustos. Agora, devo dizer, nunca gostei dos Meteoros que usei até hoje, apesar de já ter comprado um Meteoro QX200 para um estúdio onde fui sócio, e admitir que eles têm, geralmente, uma boa relação custo/benefício. Mas, com 10 anos de observações, cheguei à conclusão que todo Meteoro para baixo um dia abre o bico... Não são muito robustos.

E foi principalmente pela robustez que cheguei aos combos que tenho hoje.

O primeiro que eu comprei foi um Hartke Kickback 12, que está comigo há quase 10 anos. E, o melhor inteiro. Para não dizer que eu nunca fiz nada, precisei trocar o jack de entrada. E fiz eu mesmo o serviço, adaptando um jack simples na placa do Hartke.

Na época da compra, pesquisei e conversei com algumas pessoas para chegar à decisão de qual amplificador eu iria comprar. Como dica do meu amigo e professor, Pedro Lisboa, procurava um combo, com algo em torno de 100 watts de potência, suficientes para qualquer estúdio, ensaios e até mesmo um pequeno palco. 

A marca Hartke era uma referência e dei sorte ao encontrar em uma loja na Barra da Tijuca, recém-aberta na época (hoje até já fechou) que estava com descontos imperdíveis devido à inauguração.

Acabei comprando a Kickback 12 e adorei. Abaixo uma foto deste combo (extraída diretamente do site da Hartke).

 
Com 120 watts RMS de potência, um alto-falante de 12” com cone de alumínio, equalização de graves, médios e agudos, além de um filtro paramétrico de médios e uma saída direta balanceada, ele sempre deu conta do recado, em casa, nos ensaios, estúdios, e até mesmo nas festas da igreja. Sempre foi o meu ponto de referência e sempre me ouvi bem com ele.

Apesar de ter um som um tanto quanto “duro”, devido ao ataque nem um pouco suave proporcionado pelos cones de alumínio, ela sempre “falou” muito bem, em particular nas frequências médias, que acabaram se tornando minhas “preferidas”.

Porém, alguns anos depois, decidi que era hora de ter um equipamento mais profissional. Comprei o Gallien-Krueger, em uma viagem que fiz aos EUA, mas ele pegou fogo (já devo ter escrito isso umas três vezes)... Minha ideia era ter usado o cabeçote em um projeto caseiro de caixa de som. Mas, não rolou.

Fiquei chateado, obviamente, mas não demorou muito para eu buscar um substituto. E foi em uma viagem à Ilha Grande, em um Carnaval desses, que eu vi no palco que havia sido montado na praça principal da ilha um combo Hartke VX3500. Provavelmente o maior combo do mundo... Um exagero... Mas não apenas o vi, mas ouvi; e gostei...

Abaixo uma foto deste combo, também extraída do site da Hartke.

 
Pesquisei a respeito dele e acabei comprando. Agora eu tinha a minha disposição 350 watts RMS de potência, distribuídos por 4 alto-falantes de 10” e um driver de alta frequência, era um sonho.

E realmente, quando eu uso essa pequena geladeira com alto-falantes em casa, não passo de um terço da potência disponível. E as janelas já tremem!

Com alguns recursos interessantes, como um equalizador gráfico, entradas para baixos ativos e passivos, “send/return”, saída direta balanceada, dois pré-amplificadores (um tradicional transistorizado e o outro, também transistorizado, mas simulando um pré-amplificador valvulado), um controle de agudos e outro de graves, para ajustes específicos e um compressor embutido que funciona como um limiter.

Este último recurso é um de seus maiores defeitos, pois cisma em atuar mesmo no mínimo. Porém, também é uma de suas maiores qualidades, uma vez que sua função é, na verdade, proteger o equipamento de transientes muito nervosos, o que cumpre bem. Dá para ligar uma bela distorção no baixo, plugar nesta caixa e abri o volume, sabendo que ao final de algumas horas de show o equipamento estará perfeito.

Quando pela primeira vez me dei conta que eu estava com duas caixas Hartke, pense em vender uma. Mas desisti logo, já que a “geladeira” VX3500 não é pratica para se ficar levando para um lado e para outro, ao contrário da Kickback (que mesmo assim, pesa mais de 30 kg).

Outro detalhe interessante: desde o primeiro momento, esperava que a diferença entre os dois combos fosse enorme. Porém, me surpreendi ao perceber que a Kickback é mais eficiente do que a VX3500 e não só isso, mas por atuar em um faixa de frequências mais audível, acaba se tornando, proporcionalmente, mais “potente”.

Na verdade, acabei descobrindo que as duas se complementavam e, desde então, resolvi usar em casa um supercombo de 470 watts RMS de potência e, “na rua”, apenas a Kickback. A VX3500 já foi usada em estúdio e se saiu muito bem também.

No final, tenho dois combos que não são os "top de linha", nem são extremamente sofisticados e não facilitam tanto a vida do baixista para extrair aquele timbre perfeito, mas são extremamente robustos, potentes e junto com todos os meus demais equipamentos, me servem de maneira extremamente apropriada.

Bom pessoal, acho que é isso que tenho a dizer. 

Acredito que mais um post chegou ao seu fim. 

Se alguém tiver alguma dúvida ou quiser fazer algum adendo sobre os meus equipamentos, seu uso e funcionalidade, não se acanhe. Todo comentário será bem vindo.

Em breve trarei mais novidades.

Abraços,

Miguel Michalski.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Grandes Irresponsáveis

O título deste post não é meu. Nem o texto principal. São de uma amiga minha, a Silvia, que escreveu o que eu vou reproduzir na íntegra, logo abaixo.

Tenho uma grande satisfação ao ver que a insatisfação pode ser coletiva. Uma insatisfação embasada, qualificada, de gente que sabe o que não quer na vida. De gente que quer fazer, que quer ser, que é e que será.

Achei o texto da Silvia ótimo, podendo ser usado em vários contextos. Acho, inclusive, que se pararmos para pensar em como usamos os meios de comunicação, em especial a internet e suas diversas mídias sociais, atualmente, o texto dela cai como uma luva.

Silvia, parabéns. Espero, realmente, que muitos leiam esse texto e reflitam a respeito, que pensem a passem a agir de uma forma melhor para termos, de fato, um mundo melhor.

E aqui vamos nós...


Grandes Irresponsáveis

Ando vendo uma frase que diz assim "sou responsável pelo que falo, e não pelo que você entende". Engana-se. Pois uma pessoa realmente RESPONSÁVEL usa com cuidado e discernimento as palavras para que não aja ambiguidade na transmissão da mensagem. Uma pessoa RESPONSÁVEL usa de princípios como sabedoria e serenidade para que as palavras sejam benéficas e não agressivas. Uma pessoa RESPONSÁVEL se preocupa em usar as palavras para ajudar, e não macular o seu irmão receptor. Portanto, uma pessoa RESPONSÁVEL, se preocupa se vai ser realmente entendida.

Isso se estende a tudo, e em todos os departamentos da vida.

Nosso país é assim, somo movidos por esse sentimento egocêntrico de grandes irresponsáveis, é como dizer “Sou responsável por fazer as leis e não pelo impacto que ela terá em sua vida” ou como dizer, “sou responsável por minha barriga gorda de caviar e não pelo seu ronco de fome”. Sei que está na hora nos fazermos entender, e já passou da hora de nós sermos responsáveis pelo que falamos e pelo que incutimos nos outros. Desejo ver formadores de opiniões, gente que se preocupa em aperfeiçoar pensamentos, em iluminar ideias e em esclarecer duvidas, para que não sejamos manipulados por aqueles que não se responsabilizam pelo que nós entenderemos.

É necessário que essa sede de esclarecimento seja saciada, precisamos regar com conhecimento essa arvore seca pela ignorância das pessoas irresponsáveis. Sim, irresponsáveis. Somos todos irresponsáveis e tolos. Nós negamos a nossa responsabilidade a tudo, ao país, a cidadania, aos direitos humanos, a saúde a educação. Alimentamos a serpente que nos envenena há tempos incontáveis, com a proteína trazida pelo sentimento de anulação às questões em geral, sejam elas de cunho pessoal ou coletivo.

Creio que o sentimento de responsabilidade é algo que principia nas primeiras peregrinações, ainda quando se é um pequeno ser, mas algo parece podar essa “planta” antes que ela dê doces frutos. Quando crescemos, nós delegamos as culpas alheias, ou seja, não somos responsáveis por nada, nem pelo que falamos, pois nem garantimos que nossa fala será clara e coesa.

Mas pra que consciência né?! Se o que vale mesmo é impressionar com frases de efeito num fundo cretino e inconsequente, pois é assim que somos deslumbrados a cada discurso eleitoral. E é nessa auto sabotagem que vamos marchando lenta e dolorosamente para o abismo da estupidez, onde aplaudimos nosso próprio fracasso, comendo satisfeitos nosso pão sem manteiga.

Sei que é muito mais agradável lermos textos pulcros, onde a reflexão é escassa e a beleza é abundante. Mas quem vos escreve, há tempos não é mais apática a questões coletivas, que assiste assustada essa corrente comportamental xucra que tem como governante a insensibilidade; entende que anulando responsabilidades é como o crime de suicídio, pode até não haver culpados, mais há mortos; e luta todos os dias para ser menos irresponsável.

Silvia M. Pinheiro Machado.



Abraços,

Miguel Michalski.