MMichalski Music News

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ode à Mediocridade


Hoje eu tive uma vontade enorme de escrever um texto que não iria falar nem de música, nem de tecnologia, nem mesmo de arte ou engenharia, nem de baixos e guitarras ou mesmo de acústica e vibrações.

Um texto que seria interpretado como um desabafo, por alguns. Ou uma reclamação, por outros. Uma seção “Guevara”, talvez...

Um texto sobre a ode à mediocridade que vivemos nos dias de hoje.

Um texto que mostraria como toda a mediocridade que vivemos, criamos, idolatramos e perpetuamos, afeta a nossa música, nossa tecnologia, nossa arte, nossa engenharia, e até mesmo nossos baixos e guitarras. 

Pensei em falar sobre a falta de limites das pessoas. Pensei em uma frase que escutei de um grande professor: “a ignorância é uma benção, pois quanto mais aprendemos mais vemos como não sabemos”; e com isso pensei: estamos vivendo o momento mais abençoado da história...

Pensei em como as pessoas perderam a noção do que é viver em sociedade, do que é privacidade, responsabilidade, liberdade.

Pensei em como “anarquia” virou “bagunça”, “liberdade” passou a significar “não ter nenhum limite”, o geral ficou pessoal e tudo se tornou binário. E aquilo que não se encaixa entre os dois polos impostos, fica distorcido.

Considerei também como algumas pessoas que de fato possuem uma visão critica sobre o mundo são importantes, embora muitas vezes totalmente mal interpretadas. Vlogers, blogers, escritores, músicos, pessoas comuns, mas com algo de concreto a dizer, mas que são criticadas por suas críticas.

Termos como “politicamente correto”, “bulling”, “trollar”, entre outros que estão na moda passaram pela minha cabeça. Iria escrever sobre cada um deles...

Pensei em como todas as facilidades que a tecnologia trouxe não são usadas como desculpas para estagnarmos nosso desenvolvimento humano.

O despreparo, a falta de horizontes, a total e completa ausência de valores... Sim, porque se antes eu pensava que a maioria das pessoas passara a ter valores deturpados, hoje tenho certeza que elas simplesmente não sabem sequer o que é ter algum valor pessoal. E não se preocupam e nem querem saber nada sobre isso.

Lembrei-me da metáfora dos três chimpanzés em uma jaula e como nós nos comportamos como eles. Lembrei-me de conversas que tive com amigos e como as expectativas de cada um sobre si mesmo se torna turva com o tempo. E como projetamos isso naqueles com quem mais convivemos.

Ocorreu-me até a famosa frase do tio Ben para Peter Parker...

Devo confessar que pensei em muita coisa.

Um texto bombástico.

Mas desisti...

Cansei antes de começar. 

Fui um exemplo perfeito de como toda essa mediocridade nos afeta?

Talvez... 

Faltou coragem?

Quem sabe...

Uma seção “Improvável” e uma nova banda fizeram com que eu mudasse de ideia?

Não...

Acho que me dei conta que iria escrever para o nada. Quem quer uma critica sobre si mesmo nos dias de hoje? Quem quer ler nos dias de hoje? Quem sabe ler (e interpretar!) o que está escrito de maneira adequada?

Deixei para lá, por enquanto.

Em um futuro próximo, quem sabe?

Abraços,

Miguel Michalski.

PS: para deixar tudo bem explicado...

ode
o.de
sf (gr ode) 1 Composição poética do gênero lírico em que se exaltam atributos de homens ilustres, o amor e outros sentimentos. 2 Primitivamente, composição poética para ser cantada. O. anacreôntica (de Anacreonte, poeta grego): a que canta decente e graciosamente o amor, os prazeres e o vinho. O. epódica: a que se ocupa de matéria filosófico-moral. O. heróica: aquela cujo assunto e estilo são nobres e elevados. O. pindárica (de Píndaro, poeta grego): a que exalta as façanhas dos heróis; suas estâncias se denominam estrofes, antístrofes e epodos O. regular: o mesmo que ode pindárica. O. sáfica (da poetisa grega Safo): aquela cujas estrofes são de três decassílabos e um pentassílabo. O. sinfônica: poema musical descritivo, entremeado de sinfonias, estrofes, recitativos, coros, sem forma ou cena lírica, e em que a orquestra desempenha importante papel.

mediocridade
me.di.o.cri.da.de
sf (lat mediocritate) 1 Estado ou qualidade de medíocre. 2 Poucos haveres, mas suficientes; mediania. 3 Falta de mérito, vulgaridade. 4 Pessoa ou coisa medíocre.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Os equipamentos que eu uso: Meus pedais


Eis que depois de algum tempo e um post no meio do caminho e do carnaval, retornamos ao assunto do meu set. E, neste post, falarei dos pedais (e da pedaleira) que eu uso.

Para não criar um post tão extenso que ninguém terá paciência de ler por inteiro, não vou falar sobre a ordem que uso nos efeitos (pelo menos não agora). Até porque, esta ordem ainda não é fixa e a cada dia posso experimentar algo novo.

Também não vou falar sobre o efeito dos efeitos (redundante, não?) no som do baixo. Prefiro fazer isso de maneira individual, com uma visão um pouco mais científica. Vocês entenderão quando eu publicar o texto (ou textos - ainda não sei).

Então, sobre o que vou escrever? Basicamente, sobre o é cada efeito e porque ele está no meu set. Afinal, estes post ainda são sobre os equipamentos que eu uso.
Para facilitar a abordagem separei os meus efeitos em quatro grupos. Ao todo, utilizo atualmente 1 pedaleira e 11 pedais de efeito. Ainda irei incluir neste texto a fonte regulada que utilizo para alimentar todo esse set.

 O primeiro grupo é o grupo Eletro-Harmonix.


Fazem parte deste grupo quatro pedais:


A Eletro-Harmonix, ou EHX, é um fabricante de pedais (entre outros equipamentos de áudio), fundada em 1968 nos Estados Unidos. Ela possui alguns pedais muito famosos e desejados, como o Big Muff e o POG. Seus principais fãs são os guitarristas, mas como já possui toda uma série de pedais dedicados ao contrabaixo, hoje também possui seus seguidores uma oitava abaixo.

E, particularmente entre os baixistas, o pedal da EHX que ficou mais famoso foi o Big Muff Russo. 

A EHX se embrenhou pelos lados da Europa e aportou justamente na Rússia, quando o dono e fundador da EHX, Mike Matthews, comprou a Sovtek, uma empresa russa que nos dias de hoje somente fabrica válvulas, mas que já foi responsável pela fabricação de desejados amplificadores para guitarra.

Apesar de ser totalmente transistorizado, o projeto do Big Muff americana foi parar na Sovtek e acabou sendo fabricado também na terra da Vodka. E os camaradas acabaram fazendo um produto com um pouco menos de sustain e um pouco mais suave do que o irmão americano, considerado melhor por muitos instrumentistas. 

Aliado à boa resposta em baixas frequências que o Big Muff já possuía, o irmão russo se tornou uma peça de desejo entre baixistas que curtem uma distorção, e mesmo nos dias de hoje, depois que sua fabricação foi descontinuada, ainda é muito procurado.

Infelizmente nunca pude tocar usando um desses...

Mas tenho um Bass Pig Muff Pi (1)! Este pedal foi projetado justamente para atender ao ímpeto pelo fuzz que o pessoal das quatro cordas buscava, uma vez que une as características originais do Big Muff Pi com um projeto especialmente dedicado a não permitir a perda de frequências graves. Sim, pois este é o maior problema quando se usa uma distorção no contrabaixo: a perda de frequências mais graves.

Comprei este pedal justamente porque posso me considerar um aficionado por distorções em baixas frequências e, na falta de um Big Muff Russo, pensei em me arrumar com essa versão americana dedicada aos baixistas. E posso dizer que funciona muito bem.

O segundo pedal da EHX sobre o qual vou comentar é o Knockout (2). Este pedal não é especificamente projeto para guitarras ou contrabaixos, apesar de ser mais utilizado com o primeiro grupo. Ele consiste em dois filtros analógicos (sim, porque todo pedal da EHX que eu possuo é analógico) dedicados a equalizar o ataque do instrumento. Ele também pode ser utilizado após as distorções para permitir uma melhor equalização.

 O terceiro pedal EHX que listei é um clássico entre os baixistas. O Bassballs (3) possui a combinação de dois filtros dinâmicos tipo envelope que é simplesmente responsável por deixar qualquer linha de funk no baixo com ainda mais funk. No meu caso, tenho um modelo Nano, que simplesmente copia o projeto do Bassballs original utilizando componentes menores e permitindo com isso um pedal mais compacto.

Por último, na lista da EHX, outro clássico: Bass Micro Synthesizer. Na verdade, o clássico é o Micro Synthesizer, um sintetizador para guitarras totalmente analógico. A versão para baixistas ajustou principalmente a resposta do trigger e do filtro para as frequências do contrabaixo. 

Posso dizer que até hoje todos os pedais da EHX que usei ou testei cumprem com o prometido. Claro que, como todo efeito, exigem certa dose de dedicação para se chegar ao som que se deseja. O único senão da EHX e o “click” que o botão que aciona o efeito faz toda vez que se pisa nele... A impressão é de que algo irá se quebrar...

O segundo grupo que apresento é o grupo BOSS.


Estão neste grupo os seguintes pedais:


O BOSS GEB-7 (5) Bass Equalizer é praticamente alto-explicativo: um equalizador analógico para contra baixos. Muito útil para dar aquela acertadinha no som do baixo durante a gig ou servir como um boost para solos. 

Na época que comprei este pedal não tinha a GT-10B, pedaleira da qual falarei mais à frente, mas sim uma GT-6B. A GT-10B já conta com um equalizador gráfico mais completo do que o BOSS GEB-7. A GT-6B não e, devido a isso, senti a necessidade de poder equalizar o som dos meus baixos com mais riqueza utilizando este pedal. Porém, mesmo com o recurso disponível na minha pedaleira, este pedalzinho continua tendo seu valor.

O BOSS LS-2 Line Selector (6) também foi adquirido na época da GT-6B. Como o nome diz, ele é um seletor de linhas. Ou seja, pode se plugar um instrumento em diferentes saídas, diferentes instrumentos em uma única saída e também se misturar (ou selecionar) diferentes sequências de efeitos pertencentes a diferentes linhas.

Basicamente a minha ao adquirir este pedal era poder utilizar a GT-6B e os pedais simultaneamente, variando a posição da pedaleira na sequência, ou seja, colocando a pedaleira antes ou depois dos pedais.

Além da ideia não dar muito certo, hoje com a GT-10B eu possuo um recurso de “send/return” semelhante aos amplificadores e, com isso, posso colocar a sequência de pedais analógicos “dentro”da pedaleira, com efeitos digitais antes e depois da sequência analógica.

Porém, também continuo utilizando este pedal para alimentar outros pedais, selecionar as distorções ou misturar o som limpo do baixo com o som das distorções com diferentes regulagens de volume.
O BOSS BF-3 Flanger (7) é um flanger clássico, com a vantagem de ter uma entra especial para contrabaixos, mais adequada ao timbre do instrumento. E como eu adoro aquele som que parece um avião dando um rasante, resolvi ter esse pedal separado.

O BOSS MD-2 Mega Distortion (8) é amais recente aquisição BOSS e também a mais interessante entre os pedais. Motivo da compra: encontre muito barato na internet. E mais: novinho! Lacrado na caixa.

Não pensava em colocar este pedal no meu set, mas depois de comprá-lo resolvi testá-lo. E o pior é que ele funciona extremamente bem com contrabaixos. E sem perder o peso dos graves! Justamente porque este pedal foi projetado para guitarristas (mesmo aqueles que curtem uma guitarra de 7 cordas) que buscam distorções mais pesadas, usadas no metal dos dias de hoje. E essa característica combinou perfeitamente com o contrabaixo. Posso dizer que adoro este pedal!

Vale dizer também que sou um grande fã dos pedais BOSS por um motivo muito simples: são extremamente robustos. E cumprem com o prometido, com méritos. Mas a robustez, realmente, é uma qualidade única. Acredito que eu não tenha utilizado nenhuma outra marca de pedais cuja construção transmita tanta solidez. Não é a toa que se encontra na internet diversos pedais da BOSS, com anos de uso, as vezes décadas, totalmente arranhados, com a pintura fosca ou descascada, mas funcionando perfeitamente.

O terceiro grupo de pedais não se refere a uma marca apenas, ou mesmo simplesmente a pedais. Diz respeito a três pedais de três marcas diferentes e uma fonte.


 
 Estão neste grupo:

 
O primeiro pedal deste grupo é um compressor da Seymour Duncan com um recurso chamado “Double Back” que “devolve” parte do que foi “achatado” pelo compressor em bandas de frequência específicas... Sim, temos uma série de esquisitices nessa frase...

Seymour Duncan não é fabricante de captadores? Também...

Compressor não é aquele pedal que pode detonar a dinâmica da música e também encher o so de ruídos? Também...

E o mais estranho neste compressor, o tal recurso que devolve o que foi achatado...

Bom, uma esquisitice só, mas que no fim acaba funcionando como um compressor bem leve. E que não coloca tanto ruído assim no sinal como geralmente acontece com os compressores...

Quando o comprei a minha ideia era exatamente essa. Ter um compressor suave. Mas, sabem de uma coisa? No final às vezes sinto falta daquele “squash” que o compressor dá... E mais. A GT-10B possui um compressor multibandas! Mas, continuo usando o Seymour mesmo assim, só para me ajudar na minha dinâmica.

O Rampage, da Rocktron, é uma distorção de respeito. Daquelas bem sujas, quase estridentes. Se mal usada, causa um belo “ruído de fundo” (quase uma piada interna...). E, mais ainda, foi projetada para guitarras...

Então, porque ela está no meu set?

Na verdade, quando comprei esta distorção comprei para um guitarrista. Comprei quando eu produzia uma das bandas que já passaram pelas minhas mãos com o intuito de ajudar o guitarrista base a ter um set de efeitos interessante. Na verdade foi ele que escolheu essa distorção...

Depois de um tempo a banda acabou, fui produzir outras bandas, o guitarrista parou de tocar e o pedal ficou comigo... Resolvi testar e, quando quero fazer bastante barulho com o baixo, não é que ela cai bem? Claro, sempre exige uma equalização depois, para devolver alguns graves, mas o resultado não é ruim.

O meu Wah Wah, da Morley, é quase um Wah Wah como outro qualquer. Projetado para responder as frequências mais graves do baixo, ele possui dois modos: um tradicional e um mais funk. E, os detalhes que fez toda a diferença na hora da compra: não possui botão separado para ser acionado e possui uma mola! Ou seja, o pedal está lá, sempre de pé, pronto para ser pisado e, automaticamente, acionado.

Pena que eu não sei ainda tirar proveito dele por completo...

Por último, a fonte da VoodooLab. Com a promessa de reduzir o ruído gerado por cadeias muito longas de pedais (como a minha), uma vez que ela possui 8 saídas para alimentar até 8 diferentes pedais, reguladas e com o famoso “ground” individualizado para cada saída. Ou seja, evita os famosos “loops” quando um pedal “conversa” com outro através do “ground” (comum a todos, geralmente) e estraga o sinal todo com sujeira.

De fato ele ajuda bastante, mas principalmente se a instalação elétrica onde a tralha está sendo ligada for boa. Até porque, como ele não é indicado para alimentar equipamentos de potência, como os amplificadores, estes acabam ficando a mercê da rede elétrica mesmo.

Último grupo!

Último item!

A famosa GT-10B (13), de quem já tanto falei aqui.


 
Bom, o uso de pedaleiras é um caso a parte... Há quem adore, há quem odeie... O segundo grupo ainda tem ganhado a briga, apesar do primeiro grupo apelar para o lado prático.

E se você falar que usa uma pedaleira em um contrabaixo então, poderá arrumar alguns inimigos.

Mas, como eu não ligo para essas rixas bestas e sou um investigador, digo que sou o feliz proprietário de uma GT-10B.

Antes de comprar a GT-10B, fui apresentado à GT-10 (para guitarras) e dada a evolução que existia entre a GT-10 e a GT-8, sua antecessora, já imaginava o que seria a GT-10B.

Acredito que em termos de “coletânea” de efeitos não exista nada igual no mercado (pelo menos não para contrabaixos). São 200 patches pré- estabelecidos de fábrica, e que não podem ter alterações gravadas (mudou o patch, perdeu) e mais 200 que podem ser alterados ao bel prazer do usuário. Esses 400 patches são agrupados 4 a 4 em 50 grupos. 

Se imaginarmos que em cada patch pode haver até 8 efeitos combinados, simulação de amplificadores e caixas, um pedal de volume ou wah wah e dois limitadores de ruído, as possibilidades são absurdas.

Além de uma maior quantidade de bancos e uma simulação mais fidedigna, a GT-10B traz como vantagens sobre a sua antecessora, a GT-6B a possibilidade de se utilizar, entre outros recursos, o “send/return” para uma cadeia externa de efeitos e a sua saída USB para se “conversar” através de sinais MIDI com outros pedais ou com o computador. Não apenas isso, mas a GT-10B é reconhecida como uma placa de captura de áudio USB. Ou seja, os programas utilizados para gravação, mixagem e masterização reconhecem a GT-10B como uma placa que pode ser utilizada para se gravar diretamente o som do baixo com todos os efeitos e simulações que se tem direito. Ou seja, um recurso fantástico. 

Graças a este recurso, estou gravando as linhas de baixo do projeto “O Alfaiate” de uma forma muito mais simples e com mais qualidade do que usando uma placa de captura dedicada.

Bom, com isso chega ao fim mais um post. Agora, sobre meus equipamentos, falta apenas um, onde eu irei falar dos amplificadores.

Sei que em muitos aspectos eu poderia ter explorado mais e detalhado mais cada pedal. Mas, como eu disse, ficaria um post enorme (acredito que já esteja enorme... Prometo que aprenderei a escrever de maneira mais resumida... Um dia...).

Caso alguém tenha alguma dúvida ou curiosidade, não se acanhe e escreva aqui embaixo. É para isso que criei este blog. 

Caso alguém também queira contribuir com algum comentário pertinente ou uma experiência pessoal, faça o mesmo.

Abraços e até a próxima,

Miguel Michalski.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Carnaval – Para todos os gostos – Carnival

Em pleno Carnaval, em plenas férias, em meio a fatos que não deveriam acontecer, mas precisam ocorrer, e antes de colocar no ar o meu próximo texto sobre os equipamentos que eu uso, resolvi fazer um post diferente.

Há quem ame, há quem odeie, mas é impossível passar imune ao Carnaval. Mas o tal Carnaval pode ter vários significados, vários sentidos, dependendo do ponto de vista. E, devido a isso, resolvi fazer uma busca na minha “discoteca” para encontrar músicas que tenham alguma ligação com o Carnaval (ou Carnival, em inglês). 

No fim, as músicas que eu encontrei em minha busca (e também no Youtube) e que continham em seu título umas dessas palavras (Carnaval ou Carnival) entraram na lista. São 24 músicas selecionadas, para todos os gostos. Para ter alguma ordem, simplesmente organizei seus intérpretes alfabeticamente.

Divirtam-se!
 


Barão Vermelho - Carnaval 



 

Chico Buarque - Quando o Carnaval Chegar  

  
David Byrne - Carnival Eyes (Mapeyé) 
   

Dead Can Dance - The Carnival is Over 


Dimmu Borgir - Kings Of The Carnival Creation 


Djavan - Carnaval No Rio 
 

Focus - Carnival Fugue  


João Gilberto - Manhã de Carnaval


Jorge Ben - Amor De Carnaval
  


Los Hermanos - Todo Carnaval tem seu Fim


Marcus Miller (feat. Lalah Hathaway) - Burnin' Up The Carnival 


Natalie Merchant - Carnival


Ney Matogrosso - Alegria Carnaval


Nick Cave and The Bad Seeds - The Carnival is Over 
   
 
Prefab Sprout - Carnival 2000


 

Raul Seixas - Eterno Carnaval  
 

R.E.M. - Carnival Of Sorts (Boxcars)


 Roberto Carlos - Maria, Carnaval e Cinzas
 


Santana - Carnaval / Let The Children Play
  


Simple Minds - Carnival (Shelter in a Suitcase)
 


Siouxsie and the Banshees - She`s a Carnival
 

The Cardigans - Carnival
 


Texas and Kardinal Offishall - Carnival Girl

 
Tim Buckley - Carnival Song



E vocês?

Lembram-se de alguma música que tenha “Carnaval”ou “Carnival” no título e que não esteja por aqui?

Um abraço,

Miguel Michalski.


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Os equipamentos que eu uso: Meus instrumentos


Dando continuidade ao último post que publiquei falando dos equipamentos que utilizo, entrarei aqui em detalhes sobre os instrumentos que fazem parte do meu set atualmente.

Ao todo possuo seis instrumentos “na ativa”, sendo duas guitarras e quatro contrabaixos.

Fora isso, um novo contrabaixo de escala curta (32”) já está praticamente pronto e outros quatro baixos estão a caminho. Dois deles não são instrumentos MMichalski propriamente ditos, mas foram instrumentos que eu adquiri há algum tempo e estão sendo reformados e modificados. Os outros dois são verdadeiros MMichalski e um deles, inclusive, é o primeiro baixo que eu fiz, que está recebendo algumas melhorias.

Conto na linha de frente com três dos quatro baixos que hoje já estão na ativa. Velhos conhecidos de quem acompanha a página da marca no Facebook, “Dark Doom”, “Pig” e “Leprechaun” me oferecem praticamente tudo que eu preciso em qualquer Jam que eu resolva participar. São todos baixos de quatro cordas e passivos.

O primeiro é um fretless, feito como uma homenagem ao grande gênio Jaco Pastorius. Possui o corpo em Alder, braço em peça única de Maple e escala em Rosewood, captadores Fender Samarium Cobalt Noiseless, tarrachas Hipshot HB7, ponte Hipshot vintage style, potenciômetros de volume CTS e potenciômetro de Tone Fender No Load. Neste baixo uso cordas Rotosound Swing Bass 66, com calibres 045-065-080-105.

Sempre gostei dos baixos fretless, tanto pelo tipo de sonoridade que se consegue obter com eles, quanto pela sensação de liberdade dada pela ausência dos trastes. Ao mesmo tempo, eles exigem do baixista um ouvido e uma técnica mais apurados, o que para mim sempre é um desafio.


Vou deixar aqui um "vídeo" que fiz com algumas fotos do "Dark Doom" e uma pequena amostra do som deste baixo. Essa linha foi gravada sem nenhuma pretensão, sem preocupações com o metrônomo ou com regrais tonais. Foi apenas um teste usando minha pedaleira como placa de captura para o áudio, sem a aplicação de nenhum efeito.



Apesar de buscar um projeto cujas características se mantivessem mais próximas de uma linha vintage, ou seja, sem inventar muito, sempre procurei melhorar onde fosse possível, como no caso da escolha dos captadores, noiseless. Você não precisa daquele “HUM” (ruído com frequência fundamental de 60 Hz) característico para dizer que o instrumento é vintage. E, junto com a blindagem que eu sempre uso nos meus instrumentos, realmente o resultado neste quesito é muito bom.

A escolha das cordas é um caso a parte...

Utilizo cordas de diversas marcas nos meus instrumentos, como GHS, D'Addario, Elixir, Ernie Ball, DR, La Bella, Fodera, Ritter, entre outras. E da mesma forma, procuro experimentar os mais diversos tipos de cordas, como as flatwound, as roundwound, em aço, em níquel puro, revestidas, com os mais diversos calibres. Com isso, já cheguei a uma grande diversidade de resultados com os meus instrumentos.

Embora muita gente diga que o tipo da corda influencia mais no conforto do que na sonoridade, uma vez que o baixista poderá compensar perdas ou excessos de frequências com a forma de tocar e com o uso de equalizadores, posso dizer que na prática, considero a escolha da corda um ponto fundamental para se facilitar a vida do músico que busca chegar a uma sonoridade específica.

Desta forma, inicialmente cheguei a usar cordas flatwound (lisas) neste baixo, mas como essas cordas geram menos harmônicos do que as roundwound, o que seria um problema para a idéia que eu tinha para o instrumento, desisti. Acabei buscando um modelo mais tradicional da Rotosound.

A durabilidade das cordas Rotosound é bem interessante, e elas não são tão brilhantes quanto, por exemplo, as GHS, quando novas, o que vai muito bem para um som mais vintage como eu queria.

O “Pig” também é um baixo clássico com toques de modernidade. Sua especificação é muito semelhante à especificação dos baixos de dois outros monstros das quatro cordas: Steve Harris e Roger Waters.

Trata-se de um precision de quatro cordas com corpo em Alder, braço e escala em Maple, as mesmas tarrachas usadas no “Dark Doom”, ponte Gotoh 201 e captadores Seymour Duncan SPB-3. Nele utilizo cordas flatwound, Rotosound Jazz Bass 77, com calibres 045-065-080-105.


Cheguei a utilizar cordas com calibre 050 neste baixo, mas ficaram muito pesadas e desconfortáveis para a minha pegada. E esse é um ponto que todo músico deve sempre priorizar: seu conforto. 

A opção pelas cordas flatwound neste caso vai pelo caminho inverso pelo qual preferi cordas roundwound no “Dark Doom”. Queria que o “Pig” tivesse um som mais seco, com mais punch, e menos harmônicos sobrando, ainda mais porque como eu já estaria utilizando um captador com mais ganho e com uma banda de frequências de resposta mais larga, conseguiria um melhor equilíbrio desta forma. 

A opção pela Rotosound, neste caso, segue a mesma linha de raciocínio do “Dark Doom”: um som mais clássico.

O “Leprechaun” é o mais novo e “moderninho” dos três.


Sua existência se resume praticamente a uma única questão: como seria um baixo do tipo precision com um humbucker cerâmico?

Como nos outros dois baixos que uso na linha de frente, e provavelmente em todos os outros que até então eu já tinha usado, os captadores possuem magneto (ímã) em AlNiCo V (uma liga de ferro contendo alumínio, níquel e cobalto), seria uma experiência interessante um baixo com captadores cerâmicos (cujo ímã é basicamente composto de ferrite).

Em teoria, se compararmos dois captadores idênticos, com as mesmas dimensões, a mesma bobina, o mesmo cobre e mudarmos apenas o seus ímãs, sendo um fabricado com AlNiCo V e outro com ferrite, verificaríamos que a primeira opção possui uma saída mais suave, com uma resposta em frequência mais plana e um som mais próximo do que consideramos vintage. O segundo casa teria uma saída com ganho maior, em especial na faixa de frequência dos médios e médio-agudos, porém perderia um pouco na definição das notas.

Na prática, não pude ainda comparar dois captadores quase idênticos que se diferenciem apenas no que diz respeito ao material que é feio seu ímã, mas de fato o som do “Leprechaun” é o mais rock ‘n’ roll de todos. Cheio de médios, rasgado, pedindo uma distorção.

O baixo possui um corpo também em Alder, como os outros dois, braço em Maple e escala em Rosewood. A ponte é exatamente a mesma utilizada no “Pig”, mas as tarrachas possuem uma pequena variação.

Como o corpo do “Leprechaun” é mais fino do que o padrão de um precision, seu peso também é menor e, desta forma, com as grandes e tradicionais tarrachas “orelhas de elefante”, eu correria o risco de ter um baixo desequilibrado, com o famoso “neck-dive”. Desta forma, optei por utilizar tarrachas Hipshot Ultralite HB6C. E, para dar um maior leque de possibilidades a este baixo, resolvi colocar uma tarracha Hipshot Ultralite Bass D-Tuner X-Tender na corda 4ª corda (E). Com isso, regulei o baixo para uma afinação padrão, porém podendo “dropar” o bordão de E para D.

As cordas escolhidas para este baixo também fogem do tradicional. Resolvi experimentar as cordas DR Neon, na cor verde (para combinar com o instrumento), com calibres 045-065-080-105. Foi uma questão puramente estética, mas que não prejudicou me nada o resultado sonoro.

Meu outro baixo, já na equipe dos reservas, foi por muito tempo meu único instrumento. Trata-se de um Ibanez EXB 445, com cinco cordas, totalmente modificado.

Este foi meu primeiro baixo e o comprei (usado) do meu primeiro professor de contrabaixo. Na época, e lá se vão praticamente 10 anos, este baixo já tinha recebido um pré-equalizador ativo. Seus captadores eram originais, um jogo de Select by EMG Jazz Bass e a afinação era a tradicional para um baixo de cinco cordas (BEADG).

Porém, não satisfeito com isso, resolvi que a essência do baixo deveria ser outra. Troquei a afinação tradicional por uma afinação tenor (em um baixo de quatro cordas, seria ADGC; no meu caso ficou sendo EADGC), os captadores por um jogo de captadores Bartolini 59CBJD S3/L3, coloquei um novo pré-equalizador e um TBX Tone Control da Fender (um tone passivo que funciona como filtro passa alta ou passa baixa, ao contrário dos tones tradicionais, que funcionam como filtros passa baixa).

Neste baixo uso cordas GHS 5MCDYB, 030-045-065-080-100, pois além do brilho característico que as cordas GHS possuem quando novas, é a única marca que eu conheço que facilmente se encontra jogos de cinco cordas com calibres apropriados para a afinação que eu uso neste baixo.
Meus outros dois instrumentos são duas guitarras que atualmente uso muito mais para me divertir, já que ainda estou me adaptando ao instrumento. 

Uma delas, “Shaitaini”, uma guitarra com ares de SG, que foi adaptada para receber o encordoamento D`addario XL 155 (com calibres 024-034-044-056-072-084) e afinação ADGCea (uma das possíveis afinações barítono) atualmente está com um jogo de captadores Seymour Duncan Invader. A ideia deste projeto era construir um baixo com escala extremamente curta (24,75”) ou uma guitarra com cordas tão grossas que poderiam ser tangidas como se fossem cordas de baixo. Tanto de uma forma, quanto de outra, o objetivo foi alcançado.

A escolha das cordas foi meramente uma questão dimensional, já que essas cordas era as únicas do mercado com o calibre apropriado para o projeto. Foram feitos diversos cálculos antes de chegar a colocar a “mão na massa”, definindo qual a escala apropriada e o jogo de cordas ideal para não subir demasiadamente a tensão no instrumento, considerando o que já existia de disponível no mercado.

A outra guitarra do set é a “Blue Star”, a primeira guitarra da MMichalski Luteria. Com corpo em Alder, braço em Maple, escala em Rosewood, captadores Seymour Duncan Hot Stack (braço e meio) e Seymour Duncan Invader (ponte), ferragens Wilkinson, potenciômetros CTS, encordoamento GHS Progressives Dave Mustaine Signature, trata-se de uma superstrato bastante nervosa.



Devido ao calibre misto do encordoamento (010-013-017-030-044-052), que começa nas cordas mais agudas como um tradicional 010, mas termina nas cordas mais graves como se fosse um equivalente a 012, a tensão no braço acaba sendo mais alta do que seria com um jogo padrão 010, especialmente nas cordas mais graves. 

Além disso, resolvi que esta guitarra poderia ser afinada de uma forma não tradicional, e passei a utilizar uma afinação em quartas, como nos baixos, passando a usar EADGcf  ao invés do tradicional EADGbe. Com isso, a tensão das cordas mais agudas também ficou maior. 

Porém, essa variação nunca trouxe qualquer tipo de problema para o instrumento, que acaba sendo bem interessante para o uso do “two hands”, uma vez que, sem o intervalo em terça que existe tradicionalmente entre a segunda e a terceira cordas de uma guitarra, é possível se criar escalas simétricas para arpejos que percorram o braço de maneira ascendente ou descendente.

Acredito que eu já tenha apresentado mais do que o suficiente para que os leitores tenham uma noção de como são meus instrumentos pessoais.

No próximo post sobre o meu set, abordarei a questão dos efeitos que utilizo.

Abraços,

Miguel Michalski.