MMichalski Music News

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Vamos a bailar un Tango

Olá, leitor!

Há tempos que não escrevo algo novo por aqui. Mas, recentemente dei uma passada por Buenos Aires, uma breve viagem de reconhecimento à capital argentina, e de lá pude trazer uma breve história da origem do Tango, como estilo musical e dança.

Não posso garantir a veracidade dos fatos aqui narrados, até porque eu escutei essa história de um guia de turismo portenho.

Não sei quanto de lenda ou de verdade ouvi, mas uma pequena pesquisa me fez ver que, pelo menos, existe um grande sentido em tudo.

Além disso, contada da forma como foi, a história sobre a origem do Tango se tornou uma das melhores narrativas que já ouvi. Sem dúvida, um exemplo de como a cultura é um reflexo fiel da sociedade, e como sua evolução se dá de forma tão aleatória e, ao mesmo tempo, lógica.

Bom, o Tango, como música, nasceu graças a um mosquito. Ponto!

Na década de 1870, Buenos Aires atravessou uma das maiores epidemias de febre amarela de sua história. Não era a primeira vez que a capital portenha sofria com esse problema, nem foi a última. Mas para dar uma ideia da gravidade da situação, apenas no ano de 1871 os Argentinos testemunharam a morte de 14.000 pessoas, praticamente 10% da população em sua capital.

Nesta época, um dos maiores focos da doença foi o bairro de San Telmo, no sul de Buenos Aires. Este bairro cresceu ao redor da Igreja de São Pedro Telmo.


Igreja de São Pedro Telmo


San Telmo é um dos mais antigos bairros da cidade e no início de sua história, prosperou em função do porto da Boca, o primeiro porto de Buenos Aires. Era um bairro habitado por famílias aristocráticas da capital. Contudo, com a epidemia de febre amarela, estas famílias iniciaram um processo de migração para o norte do país, abandonando suas casas, pequenos palacetes na cidade.

Praticamente trinta anos se passaram e o bairro de San Telmo já havia se tornado um bairro fantasma. Porém, com o início da imigração dos europeus para a América do Sul, já no início do século XX, o cenário começou a mudar.

Atraídos pela facilidade de se conseguir terras e com a propaganda do governo argentino que oferecia moradia gratuita aos imigrantes europeus, diversas famílias de espanhóis, italianos, franceses e ingleses aportarem em terras portenhas.

E, adivinhe, onde estava a moradia gratuita? Em San Telmo.

As casas, que uma vez pertenceram aos aristocratas de Buenos Aires, abandonadas devido à febre amarela, foram doadas pelo governo portenho aos imigrantes. Contudo, onde uma família vivia no passado, entre 6 e 10 famílias passaram a viver em torno de 1900.

E não eram famílias que se conheciam. Não! Eram famílias que vinham de diferentes países europeus. Em cada quarto das mansões de San Telmo, uma família se abrigava. Espanhóis em um quarto, franceses em outros, italianos ao lado. As áreas comuns, incluindo banheiros e a cozinha, eram compartilhadas e uma grande Babel se formou.

Essas habitações convertidas eram conhecidas como "conventillos", e são muito semelhantes aos nossos cortiços.

E como em um bom cortiço, duas coisas sempre estão presentes: festas e brigas.

Para alegrar as festas, músicas. E como seria a música que poderia surgir com essa grande mistura? O Tango! A guitarra (violão) vinda da Espanha, o acordeom italiano e o violino francês são os instrumentos básicos do Tango clássico.

É interessante observar que não apenas na música, como também na arquitetura, na culinária e nos hábitos portenhos, toda essa influência de diferentes culturas europeias está presente.

Porém, um cortiço não seria cortiço sem as brigas, as "pelejas".

E eram brigas sérias, brigas de morte. Dois iniciavam, ainda vivos, pelo menos um estaria morto ao final. Brigas de faca.

E foi com essas brigas que a dança que conhecemos como Tango surgiu. Dois homens, armados de faca, braços contra braços, tentando jogar um ao outro ao chão para golpear o abdômen do adversário.

Desta forma, podemos dizer que em sua origem, bem lá no início, o Tango era "dançado" por homens brigões.

Então, como toda a sensualidade do Tango surgiu?

Bom, como as brigas eram sérias e nunca acabavam bem, resolveram proibi-las. Ou seja, quem fosse pego lutando Tango seria preso.

Então, os brigões resolveram armar as brigas em locais fechados.

Inclusive, a expressão "tango", em um dialeto africano, significa "lugar fechado" e era utilizada pelos europeus e seus descendentes para marcar as lutas. Se um homem tivesse uma desavença com outro e desejasse resolver a questão, logo chamava o oponente para um "tango" mais tarde.

E o lugar preferido dos brigões passou a ser as antessalas dos prostíbulos da região.

Lógico que os donos dos prostíbulos ficaram preocupados. Afinal, cada vez que dois machões resolvessem suas diferenças com um tango, alguém saía morto, a polícia chegava e o bordel fechava (pelo menos naquela noite).

Então, para evitar o fim trágico e o prejuízo, os donos dos prostíbulos resolveram combinar com suas prostitutas que, cada vez que uma briga de faca se iniciasse, as "damas" deveriam tentar separar os machões.

Imagine a cena: um bordel, o Tango tocando, dois homens começam a discutir e decidem resolver o caso na faca. Levantam-se, vão para o meio do salão e iniciam a briga. Porém, antes que a coisa fique séria, duas "belas donzelas" acodem, uma para cada lutador. E seguram os braços dos brigões. E tentam mantê-los separados. E usam suas pernas, suas mãos, sua força e sua sensualidade para manter os dois brigões longe um do outro e, principalmente, acalmá-los.

E eis que surge o Tango, por completo. E eis porque o Tango nasceu graças a um mosquito...

Algumas curiosidades sobre o Tango:

O mais famoso cantor de Tango argentino, Carlos Gardel, era francês, nascido em Toulouse, em 11 de dezembro de 1890.

Ele chegou à Argentina em 1892 e faleceu em Medellín, em 24 de junho de 1935.

Contudo, antes de falecer, conheceu Alfredo Le Pera, um paulistano nascido em 8 de junho de 1900. Le Pera era filho de italianos e em 1902 mudou-se para o Uruguai. Pouco tempo depois, foi para a Argentina, onde trabalhou como jornalista e crítico de teatro.

Em 1932, quando residia em Paris, trabalhava para a Paramount Pictures, empresa que teve interesse em divulgar a carreira de Carlos Gardel internacionalmente. Desta forma, além de se tornar o escritor de diversos scripts de filmes sobre o Tango, foi o criador de letras de Tango de alto nível, todas cantadas por Carlos Gardel. 

Um dos Tangos de Carlos Gardel e Alfredo Le Pera mais conhecido é chamado "Amargura".




Alfredo Le Pera veio a falecer no mesmo trágico acidente aéreo que tirou a vida de Carlos Gardel.

Até hoje, um francês e um brasileiro, filho de italianos, são lembrados pelo povo argentino, mantendo suas obras vivas juntamente com o Tango.

Abraços,

Miguel Michalski.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Ordem de Efeitos

Olá leitor.

Sei que estou há muito tempo sem aparecer e escrever nada por aqui, e sei que muitos vão reclamar, pois quando resolvo aparecer, coloco um texto que não é meu.

Porém, um comentário de um leitor (obrigado Tato) me fez lembrar que eu nunca compartilhei esse texto aqui.

Ele foi escrito por um grande baixista, Mario Souza Lima, também conhecido como Mario Farufyno, responsável pelos grooves de uma banda de samba-rock de São Paulo, Farufyno.

O Mário compartilhou esse texto em um grupo do quase extinto Orkut, “Baixo Brasil”, há muito tempo.

Não cheguei a conseguir a autorização dele para usar o texto. Mas a mesma também não foi negada. Na verdade, o texto já era público (de certa forma) no Orkut, mas como faço questão de tentar manter as coisas em ordem, dou todos os créditos ao Mário e se, um dia, de alguma forma, ele se sentir prejudicado pela postagem desse texto aqui, posso tirá-lo do ar sem problema.

No mais, apenas posso dizer que é, sem dúvida, o melhor texto sobre pedais e seu uso com o contrabaixo (e as guitarras em geral) e, por mim, deve ser compartilhado com todos os músicos que se interessarem.

Esse texto foi a base dos meus experimentos com pedais e até hoje sigo ele em praticamente tudo.

Ei-lo aqui:


Ordem de Efeitos... (e pedais stereo)

A ordem dos efeitos influencia sim e é por isso que cada um tem sua preferência na ordem de montagem deles, mas, de modo geral, você pode seguir uma regrinha (que você igualmente pode driblar se preferir é só experimentar pra ver se gosta mais):

Comece pelos pedais de "ganho", o que incluiria dinâmica, passe pelos de equalização e só então vá para os de "síntese" e feche com os de "tempo". Algo como 1º Drive ou Fuzz, algum dos vários tipos de distorção, depois Equalizadores, gráficos ou paramétricos, igual aos estágios do seu (pré) amplificador 1º o ganho do Input e depois o Equalizador. Regulado o ganho e o timbre você entra nos "efeitos" propriamente.

Agora temos pedais que chamei de "de Síntese" que podem ser desde Oitavadores até os pedais "Synth" como os Auto-Wha e afins. Na verdade, os Wha são os pedais com maior variação de posição numa pedaleira e têm gente que os põe no início da cadeia e outros que os põem no final (que é quando querem aplicar o Wha ao Drive ou Drive a ele, por exemplo).

Outro pedal que não têm posição fixa são os Compressores, em princípio eles entram no início para suavizar a dinâmica do Baixo e dar uma uniformizada no seu som antes de alterá-lo com efeitos (com tudo de bom e ruim que possa vir disso). Mas algumas pessoas podem preferir usar um Limiter, que é um tipo de compressão de taxa altíssima e ataque idem, no final justamente para equilibrar o sinal que, após processado pode apresentar transientes (sinal rápido de alto ganho) perigosos aos equipamentos pra frente. Esse é um assunto que gera discussões e polemicas entre técnicos de som até hoje.

Para encerrar a cadeia você pode entrar com pedais "de tempo", Chorus, Flanger, Reverb e Delays. Embora os 2 últimos não sejam frequentemente empregados no Baixo, eles têm seu uso, em especial para solo. Se você for usar Chorus e Delay junto, ponha o Chorus antes.

Reverb e Delay, como dão "dimensão" e ambiente ao teu som, sempre entram no final. É como se você levasse teu amplificador da sala para o banheiro, ou catedral...

Acho que isso cobre os possíveis tipos de pedais que você possa estar pensando em empregar.

O DI é outra questão polêmica, se você for gravar ele deve ir antes, pois o emprego de efeitos sempre complica a mixagem, uma vez que cada um tem um ganho de saída diferente quando não alteram a equalização. Por isso os técnicos tendem a querer pôr e regular os efeitos só na hora da Mixagem. E é por isso também que muito técnico gostaria que enviássemos o sinal limpo pra eles mesmo num show "ao vivo".

Mas o camarada não vai ter um Wha na mesa nem saber a hora de abrir e fechar um reverb. E por isso te sugiro que o DI vá antes do Amplificador e depois da pedaleira.

As saídas estéreas são um grande fetiche, pois, na verdade, muita PA é feita em mono mesmo. Imagina o cara abrindo o "pan" num show grande e jogando o solo de guitarra no lado esquerdo e você está à direita do palco, vai ouvir tudo baixinho? Por isso é difícil de ver alguém empregando mixagens estéreas em shows ao vivo (talvez em teatros, mas como isso também requer um maior número de potências, é possível que o fornecedor do equipo "miguele" mesmo e você continue em mono).

O estéreo é muito bom se você está na sua casa, em poucas pessoas, ouvindo a duas caixas bem postadas e espaçadas. Fora isso, você nem aproveita a dimensão do panorama estéreo.

Mas se acontecer de você poder aproveitá-lo, você vai precisar de tudo dobrado: Um amplificador por canal e, óbvio, um DI e canal na mesa livre para o canal extra. Lembre que você só vai sentir bem o estéreo se o par de caixas e amplificadores estiverem próximos a um triângulo equilátero com os seus ouvidos (igualmente espaçados entre si e de você).

Abraços,

Miguel Michalski.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Seria esse o fundo do poço?


Durante essa semana estive mais ausente das redes sociais do que o normal, devido ao meu trabalho, mas nem por isso deixei de notar algumas notícias que me levam a pensar: estaria a música popular brasileira no fundo do poço? Teríamos finalmente alcançado o que podemos fazer de pior?

A música popular brasileira a qual me refiro não é exatamente a MPB autêntica, estilo musical que começou a surgir na década de 60 com a Bossa Nova e as músicas folclóricas e de raízes brasileiras, e que com o tempo se fundiu a outros estilos, como o rock, o reggae, o samba, dando origem a uma série de estilos musicais, como o samba-rock e o samba-reggae, por exemplo. 

Mas, ao mesmo tempo, o que circula na boca do povo hoje deve ser considerado a “nova música popular brasileira”.  Ou seja, o que é pop em território nacional e foi “fabricado” por aqui, está no bolo. 

E as comparações são inevitáveis...

Bom, eis algumas das notícias as quais me referi:
  • “Sambista Dicró morre em Magé, no Rio, vítima de infarto”;
  • “Michel Teló é comparado a Vinícius de Moraes e Tom Jobim”; 
  • “Valesca Popozuda e Mr. Catra lançam pagode pornográfico”.
Aparentemente, nada tem haver com nada. Mas apenas aparentemente...

Dicró foi um dos “três malandros” do samba carioca. Grande sambista, cantor e compositor, teve com os sambas satíricos, em especial aqueles que falavam mal da sogra, seus maiores sucessos.

Sua música tinha graça, humor, e, embora possa ser considerado politicamente incorreto nos padrões atuais, o seu politicamente correto é tão bem feito que pode ser perdoado até pela própria sogra.

Descanse em paz Dicró!

Sem querer comparar ou medir a grandiosidade de cada um, Dicró, Vinícius e Tom (citados nas notícias) são verdadeiros representantes da música popular brasileira. Cada um em sua zona de conforto, cada um com sua realidade social, mas livres de qualquer preconceito nos dias atuais. São mestres, ninguém pode negar.

O Miami Herald é um jornalzinho americano que circula por alguns cantos da Flórida, Carie e América Latina... Até aí necas... Mas me vem o Miami Herald publicar uma matéria em que simplesmente se coloca o seguinte: “Indeed, Ai Se Eu Te Pego may be the most popular song to come out of Brazil since The Girl From Ipanema”. 

Ou seja, “Ai se eu te pego” é nosso segundo maior produto exportação (o primeiro são jogadores de futebol)...

Descanse em paz Tom, descanse em paz Vinicius...

E a derradeira!

Valesca Popozuda e Mr.Catra são uma dupla de funkeiros, cariocas, chegados a uma polêmica. E talvez isso seja o que eu tenho de melhor a dizer sobre eles...

A nova polêmica da dupla é uma música a qual não tenho como classificar, já que não tenho nada abaixo de “lixo” na minha escala... 

Valesca publicou em seu twitter esta semana que “estava gerando polêmica porque havia largado o funk para cantar pagode sem palavrão”. E publicou um link para tal música... 

Bom, palavrão não falta. E, quando uma música chega a ter a tag “proibida para menores de 18 anos”, ela tem algo mais do que palavrão...  Eu realmente pensei, quando escutei a tal música (sim, eu escutei...): "Como alguém tem coragem de cantar isso?" e também: "Como alguém tem coragem de gravar isso?" e pior: "Como alguém tem coragem de tornar isso público?".

Sei que acabo fazendo propaganda ao escrever sobre essa música aqui... Ainda mais quando o “fale mal, mas fale de mim” virar estratégia de marketing totalmente válida nas redes sociais e blogueira com mais desafetos do que palavras em seu blog virou atração de programa de TV... Mas, a tal música e as notícias vinculadas a mesma não poderiam passar despercebidas.

Vocês irão escutar essa música, querendo ou não. Podem estar certos disso...

É bom esclarecer que não tenho nada contra um MC, Michel Teló ou uma popozuda. Muito menos algo contra a tal blogueira. E não são eles a origem da ferida, enorme, presente em nossa sociedade que quero cutucar.

Também não sou contra músicas de duplo sentido ou que falem de temas picantes. Estou ouvindo enquanto escrevo esse post “Sexo”, disco de 1987 do grande Ultrage a Rigor. E do funk ao rock, passando pelo samba e o pagode, sempre teremos alguém querendo abordar um tema mais provocante. 

Não sou contra o funk carioca, que nos bons tempos foi sem dúvida uma das maiores e melhores formas de expressão do povo carioca oriundo dos guetos e favelas.

Não sou contra o sertanejo, música caipira ou mesmo o sertanejo universitário. A música sertaneja vem da realidade do homem do campo e canta um Brasil que pouca gente escuta.

Na verdade, as diversas formas de expressão que temos na forma de música são verdadeiros reflexos do povo que as alimenta, produz e consome.

Se você é um pagodeiro que gosta de uma manguaça, vai falar sobre bebida em suas músicas. Se você é um vaqueiro que fica dias e dias sem ver a mulher amada, vai cantar músicas sobre “dor de corno”. Se você é um roqueiro satânico que curte um pretinho básico, vai cantar sobre as sombras. Se você é um morador de favela, oprimido por sua condição social e reprimido pela violência, você vai cantar sobre tiroteio, polícia e drogas.

Entenderam a lógica, não foi.

E sobre isso, não vejo qualquer problema...

Afinal, em todos os casos existe um ímpeto interior em cada exemplo de indivíduo citado que o leva a se expressar de alguma forma.

Quem ouve tem a chance de escolher se concorda ou não, se gosta ou não, se vai consumir ou não as ideias que aquele indivíduo apresenta. Vai sentir, ou pensar, que a sua realidade pessoal pode ser refletida de alguma forma na realidade daquele individuo que se expressou com a música. 

O controle de qualidade, o bom senso e o bom gosto serão determinados democraticamente...

A arte produzida por um ser humano reflete o que ele é, o que ele pensa. Quando a expressão artística de uma pessoa se torna um produto consumido pela massa, pode se dizer que a sociedade vê sua realidade e seus valores refletidos nessa expressão.

Porém, o que mais vejo hoje, pois notícias como as que apresentei aqui não cansam de aparecer, assim como músicas cada vez piores, é um povo consumindo um grande e total vazio de ideias, de sentido, de significado. Um grande nada...

A massa se move em direção ao nada...
 
A sociedade está consumindo o nada. A sociedade vê um grande nada em sua realidade e seus valores.

Hoje, mais do que nunca, acredito que a sociedade contemporânea tenha não mais valores distorcidos, ou ideias distorcidas, ou princípios distorcidos... Temos um grande nada de valores, ideias ou princípios. E a nossa música popular está aí para mostrar isso...

Talvez pela facilidade em se propagar, a música popular seja um dos melhores termômetros sociais disponíveis...

E hoje, temos “orgulho” em ver que nosso maior produto popular de exportação é “Ai se eu te pego” e que a realidade de cidades como o Rio de Janeiro se baseia em bundas e outros órgãos relacionados ao sexo. 

Sabem à conclusão que eu cheguei? Dicró preferiu enfartar a ouviu o pagode da dupla funkeira ou ler o Miami Herald... 

Abraços,

Miguel Michalski.

PS: Não quis deixar links neste post... Me recusei... Googlem e você terão o que procuram...

terça-feira, 3 de abril de 2012

Xingu - O Filme


Hoje consegui fazer várias coisas que eu não fazia há algum tempo: fui ao cinema, comi pipoca e estou escrevendo um novo post.

Fui assistir a pré estreia de Xingu, acompanhado da Ny, com direito a pipoca e refrigerante por conta da casa. Só ela mesma e seu blog para conseguirem esses programas. O último foi o inesquecível show da Ivete com Gil e Caetano, que passou no final de ano da TV Globo, em 2011.

Claro, como a dica para esta pré-estreia foi da Lathife, do Visão.Arte, também tenho que agradecê-la.

Portanto, como vocês podem ver (ler), o post de hoje não é sobre música, mas sobre cinema. Apesar disso, já digo que a trilha sonora do filme, mesmo sendo discreta, é extremamente bem colocada e de acordo com o contexto. Pronto, falei de música.

Tentarei evitar qualquer spoiler neste texto e também não pretendo dar uma de crítico de cinema ou bonequinho do Globo, já que criticar a 7ª arte não é minha praia.

Mas, o que mais posso dizer?

Desde que soube do filme, tive vontade de ir vê-lo. Ontem, quando soube que iríamos a pré estreia, dei pulos de alegria. E, posso dizer que não foram em vão.

O filme é muito bom. Apesar de ser “livremente baseado em histórias reais”, o filme é praticamente um documentário. Mas, não pense que seja de alguma forma, chato, muito pelo contrário. É emocionante.

Dirigido por Cao Hamburger, produzido por Fernando Meirelles, Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlinck e estrelado por João Miguel (Claudio Villas Bôas), Felipe Camargo (Orlando Villas Bôas) e Caio Blat (Leonardo Villas Bôas) – que por sinal, estava na saída do cinema hoje – o filme retrata a saga dos irmãos Villas Bôas na Marcha para o Oeste, criada pelo Governo Federal em 1943, até a formação do Parque Nacional do Xingu, resultado da luta travada pelos irmãos ao longo do tempo, em 1961.

Sou daqueles que provavelmente teria participado dessa marcha caso tivesse vivido àquela época... E sendo a fotografia do filme magnífica, permitindo ao espectador mergulhar na densidade da floresta amazônica e nas belezas do centro-norte brasileiro, me senti como tal.

Alguns detalhes são muito interessantes, e não podem deixar de ser mencionados, como a participação no filme de habitantes do parque do Xingu representando suas próprias etnias indígenas. Os três atores principais também se destacam, e transmitem muito bem como a dicotomia do homem branco e do indígena funciona, assim como o “time” do filme, que permite a “degustação”e reflexão do que está acontecendo.

O filme poderia ser mais longo, e nosso “Dança com Lobos” poderia ser mais explorado, sem a necessidade de se romancear mais ou de se documentar menos do que foi feito. Eu seria um daqueles que iria adorar isso. Com certeza, se fosse feito em Hollywood teria, pelo menos, o dobro do tempo. Mas perderia com isso, também, o gostinho de “quero mais”. Pelo menos mais meia-hora de filme valeria a pena.

Na verdade, para o contexto brasileiro, e pela proximidade histórica dos fatos narrados (estamos falando de quase 20 anos de história que aconteceram a menos de um século), o filme possui uma importância social, política e antropológica imensa, independente do tempo de duração. Muito mais importante e com muito mais impacto do que ver o Kevin Costner cavalgando pelas planícies norte-americanas.

Ver este filme deveria ser uma obrigação da todo cidadão. É o tipo de filme que deveria passar em toda escola (respeitando-se a faixa etária indicada, claro). É o tipo de filme cujo tema deveria cair na prova do próximo ENEM.

É um filme que nos faz pensar, que nos instiga a aprender e que mostra a nossa história. E mais, um filme que deixa no ar perguntas ainda atuais: o que são os índios brasileiros para a sociedade “branca” civilizada? Seriam cidadãos, como quaisquer outros? Uma espécie em extinção? Sombras do nosso passado primitivo?

Devemos refletir como vemos os índios e, talvez mais importante, como os índios nos veem.

Porém, de qualquer forma, vejam o filme! Estreia nesta sexta-feira, dia 06 de abril. E depois comentem o que vocês acharam aqui.

Abraços,

Miguel Michalski.

terça-feira, 6 de março de 2012

Os equipamentos que eu uso: Meus amplificadores e caixas


Olá a todos, estou de volta.

E finalmente vamos finalizar a sequencia de textos a respeito dos meus equipamentos. Pelo menos no que diz respeito à visão geral que eu estou passando.

Sim, porque pretendo falar novamente dos pedais que utilizo, mas com uma visão mais técnica. Para ser mais exato, com uma visão que de fato justifique o título deste Blog.

Mas, retornando aos meus equipamentos, vou falar um pouco sobre meus amplificadores e caixas, que na verdade são dois “combos” – uma vez que em uma única unidade possuem o amplificador e a caixa.

Como pode ser visto nas fotos dos posts anteriores, tenho dois combos, ambos da Hartke.

Já utilizei combos da Meteoro, Peavey e tive um amplificador da Gallien-Krueger, que infelizmente pegou fogo.

Em termos de acerto de timbre, o Gallien-Krueger 400 RB-IV que pegou fogo foi, sem dúvida, o melhor. Os Peavey que tive a oportunidade de usar também não ficam muito atrás. Fora o fato de serem aparentemente bastante robustos. Agora, devo dizer, nunca gostei dos Meteoros que usei até hoje, apesar de já ter comprado um Meteoro QX200 para um estúdio onde fui sócio, e admitir que eles têm, geralmente, uma boa relação custo/benefício. Mas, com 10 anos de observações, cheguei à conclusão que todo Meteoro para baixo um dia abre o bico... Não são muito robustos.

E foi principalmente pela robustez que cheguei aos combos que tenho hoje.

O primeiro que eu comprei foi um Hartke Kickback 12, que está comigo há quase 10 anos. E, o melhor inteiro. Para não dizer que eu nunca fiz nada, precisei trocar o jack de entrada. E fiz eu mesmo o serviço, adaptando um jack simples na placa do Hartke.

Na época da compra, pesquisei e conversei com algumas pessoas para chegar à decisão de qual amplificador eu iria comprar. Como dica do meu amigo e professor, Pedro Lisboa, procurava um combo, com algo em torno de 100 watts de potência, suficientes para qualquer estúdio, ensaios e até mesmo um pequeno palco. 

A marca Hartke era uma referência e dei sorte ao encontrar em uma loja na Barra da Tijuca, recém-aberta na época (hoje até já fechou) que estava com descontos imperdíveis devido à inauguração.

Acabei comprando a Kickback 12 e adorei. Abaixo uma foto deste combo (extraída diretamente do site da Hartke).

 
Com 120 watts RMS de potência, um alto-falante de 12” com cone de alumínio, equalização de graves, médios e agudos, além de um filtro paramétrico de médios e uma saída direta balanceada, ele sempre deu conta do recado, em casa, nos ensaios, estúdios, e até mesmo nas festas da igreja. Sempre foi o meu ponto de referência e sempre me ouvi bem com ele.

Apesar de ter um som um tanto quanto “duro”, devido ao ataque nem um pouco suave proporcionado pelos cones de alumínio, ela sempre “falou” muito bem, em particular nas frequências médias, que acabaram se tornando minhas “preferidas”.

Porém, alguns anos depois, decidi que era hora de ter um equipamento mais profissional. Comprei o Gallien-Krueger, em uma viagem que fiz aos EUA, mas ele pegou fogo (já devo ter escrito isso umas três vezes)... Minha ideia era ter usado o cabeçote em um projeto caseiro de caixa de som. Mas, não rolou.

Fiquei chateado, obviamente, mas não demorou muito para eu buscar um substituto. E foi em uma viagem à Ilha Grande, em um Carnaval desses, que eu vi no palco que havia sido montado na praça principal da ilha um combo Hartke VX3500. Provavelmente o maior combo do mundo... Um exagero... Mas não apenas o vi, mas ouvi; e gostei...

Abaixo uma foto deste combo, também extraída do site da Hartke.

 
Pesquisei a respeito dele e acabei comprando. Agora eu tinha a minha disposição 350 watts RMS de potência, distribuídos por 4 alto-falantes de 10” e um driver de alta frequência, era um sonho.

E realmente, quando eu uso essa pequena geladeira com alto-falantes em casa, não passo de um terço da potência disponível. E as janelas já tremem!

Com alguns recursos interessantes, como um equalizador gráfico, entradas para baixos ativos e passivos, “send/return”, saída direta balanceada, dois pré-amplificadores (um tradicional transistorizado e o outro, também transistorizado, mas simulando um pré-amplificador valvulado), um controle de agudos e outro de graves, para ajustes específicos e um compressor embutido que funciona como um limiter.

Este último recurso é um de seus maiores defeitos, pois cisma em atuar mesmo no mínimo. Porém, também é uma de suas maiores qualidades, uma vez que sua função é, na verdade, proteger o equipamento de transientes muito nervosos, o que cumpre bem. Dá para ligar uma bela distorção no baixo, plugar nesta caixa e abri o volume, sabendo que ao final de algumas horas de show o equipamento estará perfeito.

Quando pela primeira vez me dei conta que eu estava com duas caixas Hartke, pense em vender uma. Mas desisti logo, já que a “geladeira” VX3500 não é pratica para se ficar levando para um lado e para outro, ao contrário da Kickback (que mesmo assim, pesa mais de 30 kg).

Outro detalhe interessante: desde o primeiro momento, esperava que a diferença entre os dois combos fosse enorme. Porém, me surpreendi ao perceber que a Kickback é mais eficiente do que a VX3500 e não só isso, mas por atuar em um faixa de frequências mais audível, acaba se tornando, proporcionalmente, mais “potente”.

Na verdade, acabei descobrindo que as duas se complementavam e, desde então, resolvi usar em casa um supercombo de 470 watts RMS de potência e, “na rua”, apenas a Kickback. A VX3500 já foi usada em estúdio e se saiu muito bem também.

No final, tenho dois combos que não são os "top de linha", nem são extremamente sofisticados e não facilitam tanto a vida do baixista para extrair aquele timbre perfeito, mas são extremamente robustos, potentes e junto com todos os meus demais equipamentos, me servem de maneira extremamente apropriada.

Bom pessoal, acho que é isso que tenho a dizer. 

Acredito que mais um post chegou ao seu fim. 

Se alguém tiver alguma dúvida ou quiser fazer algum adendo sobre os meus equipamentos, seu uso e funcionalidade, não se acanhe. Todo comentário será bem vindo.

Em breve trarei mais novidades.

Abraços,

Miguel Michalski.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Grandes Irresponsáveis

O título deste post não é meu. Nem o texto principal. São de uma amiga minha, a Silvia, que escreveu o que eu vou reproduzir na íntegra, logo abaixo.

Tenho uma grande satisfação ao ver que a insatisfação pode ser coletiva. Uma insatisfação embasada, qualificada, de gente que sabe o que não quer na vida. De gente que quer fazer, que quer ser, que é e que será.

Achei o texto da Silvia ótimo, podendo ser usado em vários contextos. Acho, inclusive, que se pararmos para pensar em como usamos os meios de comunicação, em especial a internet e suas diversas mídias sociais, atualmente, o texto dela cai como uma luva.

Silvia, parabéns. Espero, realmente, que muitos leiam esse texto e reflitam a respeito, que pensem a passem a agir de uma forma melhor para termos, de fato, um mundo melhor.

E aqui vamos nós...


Grandes Irresponsáveis

Ando vendo uma frase que diz assim "sou responsável pelo que falo, e não pelo que você entende". Engana-se. Pois uma pessoa realmente RESPONSÁVEL usa com cuidado e discernimento as palavras para que não aja ambiguidade na transmissão da mensagem. Uma pessoa RESPONSÁVEL usa de princípios como sabedoria e serenidade para que as palavras sejam benéficas e não agressivas. Uma pessoa RESPONSÁVEL se preocupa em usar as palavras para ajudar, e não macular o seu irmão receptor. Portanto, uma pessoa RESPONSÁVEL, se preocupa se vai ser realmente entendida.

Isso se estende a tudo, e em todos os departamentos da vida.

Nosso país é assim, somo movidos por esse sentimento egocêntrico de grandes irresponsáveis, é como dizer “Sou responsável por fazer as leis e não pelo impacto que ela terá em sua vida” ou como dizer, “sou responsável por minha barriga gorda de caviar e não pelo seu ronco de fome”. Sei que está na hora nos fazermos entender, e já passou da hora de nós sermos responsáveis pelo que falamos e pelo que incutimos nos outros. Desejo ver formadores de opiniões, gente que se preocupa em aperfeiçoar pensamentos, em iluminar ideias e em esclarecer duvidas, para que não sejamos manipulados por aqueles que não se responsabilizam pelo que nós entenderemos.

É necessário que essa sede de esclarecimento seja saciada, precisamos regar com conhecimento essa arvore seca pela ignorância das pessoas irresponsáveis. Sim, irresponsáveis. Somos todos irresponsáveis e tolos. Nós negamos a nossa responsabilidade a tudo, ao país, a cidadania, aos direitos humanos, a saúde a educação. Alimentamos a serpente que nos envenena há tempos incontáveis, com a proteína trazida pelo sentimento de anulação às questões em geral, sejam elas de cunho pessoal ou coletivo.

Creio que o sentimento de responsabilidade é algo que principia nas primeiras peregrinações, ainda quando se é um pequeno ser, mas algo parece podar essa “planta” antes que ela dê doces frutos. Quando crescemos, nós delegamos as culpas alheias, ou seja, não somos responsáveis por nada, nem pelo que falamos, pois nem garantimos que nossa fala será clara e coesa.

Mas pra que consciência né?! Se o que vale mesmo é impressionar com frases de efeito num fundo cretino e inconsequente, pois é assim que somos deslumbrados a cada discurso eleitoral. E é nessa auto sabotagem que vamos marchando lenta e dolorosamente para o abismo da estupidez, onde aplaudimos nosso próprio fracasso, comendo satisfeitos nosso pão sem manteiga.

Sei que é muito mais agradável lermos textos pulcros, onde a reflexão é escassa e a beleza é abundante. Mas quem vos escreve, há tempos não é mais apática a questões coletivas, que assiste assustada essa corrente comportamental xucra que tem como governante a insensibilidade; entende que anulando responsabilidades é como o crime de suicídio, pode até não haver culpados, mais há mortos; e luta todos os dias para ser menos irresponsável.

Silvia M. Pinheiro Machado.



Abraços,

Miguel Michalski.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ode à Mediocridade


Hoje eu tive uma vontade enorme de escrever um texto que não iria falar nem de música, nem de tecnologia, nem mesmo de arte ou engenharia, nem de baixos e guitarras ou mesmo de acústica e vibrações.

Um texto que seria interpretado como um desabafo, por alguns. Ou uma reclamação, por outros. Uma seção “Guevara”, talvez...

Um texto sobre a ode à mediocridade que vivemos nos dias de hoje.

Um texto que mostraria como toda a mediocridade que vivemos, criamos, idolatramos e perpetuamos, afeta a nossa música, nossa tecnologia, nossa arte, nossa engenharia, e até mesmo nossos baixos e guitarras. 

Pensei em falar sobre a falta de limites das pessoas. Pensei em uma frase que escutei de um grande professor: “a ignorância é uma benção, pois quanto mais aprendemos mais vemos como não sabemos”; e com isso pensei: estamos vivendo o momento mais abençoado da história...

Pensei em como as pessoas perderam a noção do que é viver em sociedade, do que é privacidade, responsabilidade, liberdade.

Pensei em como “anarquia” virou “bagunça”, “liberdade” passou a significar “não ter nenhum limite”, o geral ficou pessoal e tudo se tornou binário. E aquilo que não se encaixa entre os dois polos impostos, fica distorcido.

Considerei também como algumas pessoas que de fato possuem uma visão critica sobre o mundo são importantes, embora muitas vezes totalmente mal interpretadas. Vlogers, blogers, escritores, músicos, pessoas comuns, mas com algo de concreto a dizer, mas que são criticadas por suas críticas.

Termos como “politicamente correto”, “bulling”, “trollar”, entre outros que estão na moda passaram pela minha cabeça. Iria escrever sobre cada um deles...

Pensei em como todas as facilidades que a tecnologia trouxe não são usadas como desculpas para estagnarmos nosso desenvolvimento humano.

O despreparo, a falta de horizontes, a total e completa ausência de valores... Sim, porque se antes eu pensava que a maioria das pessoas passara a ter valores deturpados, hoje tenho certeza que elas simplesmente não sabem sequer o que é ter algum valor pessoal. E não se preocupam e nem querem saber nada sobre isso.

Lembrei-me da metáfora dos três chimpanzés em uma jaula e como nós nos comportamos como eles. Lembrei-me de conversas que tive com amigos e como as expectativas de cada um sobre si mesmo se torna turva com o tempo. E como projetamos isso naqueles com quem mais convivemos.

Ocorreu-me até a famosa frase do tio Ben para Peter Parker...

Devo confessar que pensei em muita coisa.

Um texto bombástico.

Mas desisti...

Cansei antes de começar. 

Fui um exemplo perfeito de como toda essa mediocridade nos afeta?

Talvez... 

Faltou coragem?

Quem sabe...

Uma seção “Improvável” e uma nova banda fizeram com que eu mudasse de ideia?

Não...

Acho que me dei conta que iria escrever para o nada. Quem quer uma critica sobre si mesmo nos dias de hoje? Quem quer ler nos dias de hoje? Quem sabe ler (e interpretar!) o que está escrito de maneira adequada?

Deixei para lá, por enquanto.

Em um futuro próximo, quem sabe?

Abraços,

Miguel Michalski.

PS: para deixar tudo bem explicado...

ode
o.de
sf (gr ode) 1 Composição poética do gênero lírico em que se exaltam atributos de homens ilustres, o amor e outros sentimentos. 2 Primitivamente, composição poética para ser cantada. O. anacreôntica (de Anacreonte, poeta grego): a que canta decente e graciosamente o amor, os prazeres e o vinho. O. epódica: a que se ocupa de matéria filosófico-moral. O. heróica: aquela cujo assunto e estilo são nobres e elevados. O. pindárica (de Píndaro, poeta grego): a que exalta as façanhas dos heróis; suas estâncias se denominam estrofes, antístrofes e epodos O. regular: o mesmo que ode pindárica. O. sáfica (da poetisa grega Safo): aquela cujas estrofes são de três decassílabos e um pentassílabo. O. sinfônica: poema musical descritivo, entremeado de sinfonias, estrofes, recitativos, coros, sem forma ou cena lírica, e em que a orquestra desempenha importante papel.

mediocridade
me.di.o.cri.da.de
sf (lat mediocritate) 1 Estado ou qualidade de medíocre. 2 Poucos haveres, mas suficientes; mediania. 3 Falta de mérito, vulgaridade. 4 Pessoa ou coisa medíocre.